Luciano Camilo Alexandre, engenheiro de telecomunicações do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, encontrou seu caminho rumo às estrelas de forma inesperada. O brasileiro, natural de Santa Rita do Sapucaí (MG), chegou à agência espacial após descobrir uma vaga por meio de um anúncio na internet, em um momento em que estava desiludido com a profissão. Hoje, ele é responsável por garantir a comunicação entre a Terra e as missões interplanetárias da NASA, contribuindo diretamente para algumas das mais ambiciosas missões espaciais.
Formado em uma tradicional escola agrícola e filho de um bancário e de uma professora, Luciano sempre teve o sonho de trabalhar na NASA. “Acho que todo engenheiro tem esse sonho de, pelo menos, visitar a NASA, mas trabalhar aqui é um sonho realizado”, conta. Após se especializar e obter seu doutorado em engenharia de telecomunicações, ele assumiu o desafio de trabalhar no JPL, o laboratório que coordena as missões robóticas interplanetárias da NASA.
Atualmente, Luciano gerencia as comunicações de aproximadamente 40 missões espaciais ativas. Seu trabalho envolve o planejamento meticuloso das transmissões de dados entre as espaçonaves e a Terra. Ele explica que precisa garantir que “nenhuma missão interfira na outra”, comparando o processo a administrar várias pistas de uma rodovia espacial, onde cada espaçonave tem seu próprio espaço para trafegar e enviar informações.
Um dos projetos mais desafiadores de Luciano envolve a missão destinada a explorar Europa, uma das luas de Júpiter, que acredita-se abrigar um oceano sob sua superfície congelada. Para simular as condições adversas dessa missão, Luciano e sua equipe foram até o Alasca para testar como o gelo impacta os sistemas de telecomunicações. “Precisamos garantir que a comunicação atravesse o gelo, algo que será crucial para a missão em Europa”, ressalta. Outra missão de destaque que está nos planos de Luciano é a Artemis, que marcará o retorno dos humanos à Lua.
Para essa nova empreitada, sua equipe está desenvolvendo tecnologias que poderão permitir o uso de Wi-Fi, Bluetooth e até celulares pelos astronautas. “Estamos adaptando as frequências e as tecnologias que usamos aqui na Terra para o ambiente lunar”, explica Luciano, enfatizando a importância de tornar as missões mais conectadas.
A trajetória de Luciano Camilo Alexandre na NASA é um exemplo de como o Brasil, conhecido por exportar talentos em diversas áreas, também pode brilhar na ciência e na tecnologia de ponta. Ele é parte essencial de uma equipe que trabalha incansavelmente para garantir o sucesso das futuras missões interplanetárias, aproximando o ser humano das estrelas.