
Um novo estudo internacional publicado na revista Nature Human Behavior revelou que o uso frequente de tecnologias digitais por pessoas com mais de 50 anos pode estar associado a uma redução significativa no risco de demência. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade do Texas, analisou dados de mais de 411 mil indivíduos em 57 estudos ao longo de quase três décadas. Os resultados mostraram que adultos digitalmente ativos apresentaram até 34% menos probabilidade de desenvolver comprometimentos cognitivos.
A hipótese dos pesquisadores é que atividades digitais — como uso de smartphones, tablets, computadores e redes sociais — oferecem estímulos cognitivos constantes, promovendo o fortalecimento das conexões neurais e estimulando a plasticidade cerebral. Além disso, a tecnologia contribui para manter os laços sociais, reduzindo o isolamento, um dos principais fatores de risco para o declínio cognitivo na velhice.
Mesmo levando em conta fatores como escolaridade, ocupação e situação socioeconômica, a associação entre uso digital e menor risco de demência permaneceu relevante. Embora o estudo não confirme uma relação causal direta, ele reforça o papel da tecnologia como ferramenta preventiva para o envelhecimento mental saudável.
Diante do envelhecimento global da população, os especialistas destacam a importância de políticas públicas e iniciativas que incentivem a inclusão digital dos idosos. Promover o aprendizado tecnológico contínuo e acessível pode não apenas melhorar a qualidade de vida, mas também representar uma estratégia eficaz para preservar a saúde mental nas décadas mais avançadas da vida.