Máquinas com inteligência artificial pode desenvolver consciência?

Máquinas com inteligência artificial pode desenvolver consciência?

Com o avanço da inteligência artificial (IA) é levantada questões éticas e práticas importantes. Futuramente as máquinas podem desenvolver consciência? Para abordar essa questão é essencial definir “consciência”.

A definição da palavra consciência refere-se à capacidade de estar ciente do ambiente, do próprio corpo e das ações, permitindo comportamentos flexíveis e controlados. Esse conceito pode ser dividido em duas características principais:

  • Disponibilidade global de informações (R1): envolve a capacidade de diferentes áreas do cérebro, especializadas em funções como visão, memória e movimento, compartilharem informações globalmente. Por exemplo, ao ver um objeto, podemos identificar suas características como cor e forma.
  • Automonitoramento (R2): relaciona-se à habilidade de avaliar e corrigir nossas ações, conhecida como metacognição. Por exemplo, ao cozinhar uma omelete, ajustamos ingredientes baseando-se no gosto durante o preparo.

Essas características são essenciais para a consciência.

Avaliação da consciência em seres vivos

A primeira característica, disponibilidade global, é observada em seres vivos desde cedo. Bebês e alguns animais, como corvos e primatas, demonstram a capacidade de responder a estímulos complexos. A segunda característica, metacognição, envolve a capacidade de autoavaliação, sendo medida, por exemplo, pela persistência em uma escolha ou pela opção de não responder quando não se tem certeza.

Alguns especialistas sugerem que essas características podem ser implementadas em máquinas. Esses robôs poderiam avaliar seu desempenho e melhorar continuamente.

Porém, essa abordagem simplifica a complexidade da consciência biológica. Nos seres vivos, a consciência resulta da interação entre o cérebro e o corpo, envolvendo reações fisiológicas interpretadas pelo cérebro como sensações e emoções, fundamentais para a sobrevivência e adaptação.

As máquinas atuais ainda não atingem a complexidade da consciência humana, que envolve a integração de informações sensoriais do ambiente e do estado interno do organismo. Esse monitoramento interno é crucial para experiências subjetivas, algo que as máquinas, com seu hardware atual, não possuem.

Embora as máquinas atualmente não possam desenvolver consciência nos mesmos termos que os seres vivos, o progresso tecnológico continua rápido. É crucial que a ciência acompanhe esses avanços, antecipando e discutindo os dilemas éticos que possam surgir.

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